quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ESTA HORA É MINHA















             
            Aperto-te de encontro ao meu peito
            até que o poema 
este quase poema 
seja um cubo de granito 
talhado de carícias.

            É hora de navegar sobre as águas 
como um casal apaixonado de cisnes. 
É hora de contemplar o arco-íris 
que o arco das nossas mãos traçaram. 
É hora de surpreender os pássaros 
que se acoitaram no nosso ninho. 
É hora de beber a taça de papoilas bravias 
que nos levará ao sítio dos astros. 
É hora de amar. Sim, de amar. 
Amar o que pudermos amar, 
amar até ao lícito sacrifício da pele, 
porque só por si a vida 
não nos dá o quanto desejamos saber.

            Aperto-te de encontro ao meu peito 
até que o poema 
este quase poema 
ganhe asas 
e suba à copa dos céus. 

            Dormes? Tu já dormes?! 
Tens de acordar, princesa.  
Acorda. Esta hora é minha. 
Paguei-a.
       

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